A vida que eu quero viver
- Roberta Luz
- 10 de fev. de 2023
- 3 min de leitura
Eu nasci na cidade do Rio de Janeiro em 1990 no bairro do Rio Comprido que fica próximo a Tijuca e também do Centro. Minha mãe tinha 24 anos e meu pai recém completado há uma semana 32 anos.
Considero que minha família fosse de classe média e eu vim num daqueles "flash backs" recorrentes dos meus pais que já durava uns 8 anos. Sou fruto de um relacionamento apaixonado e de muitas idas e vindas. O famoso relacionamento disfuncional ou codependente. Os nomes são muitos mas podemos resumir em "relacionamento que não dá certo".
Hoje eu sei sobre isso porque a internet está aí bombando de informações mas naquela época ninguém falava sobre isso. Eles estavam dando conta de suas questões emocionais como podiam e sabiam. E que bom que ficaram uns 8 anos nisso porque se tivessem feito terapia talvez eu não estivesse aqui escrevendo esse texto pra você.
Veja só como tudo tem sempre oportunidades dependendo de como olhamos para as situações!
Hoje eu escrevo do início dos meus 33 anos recém completados há 11 dias no ano de 2023 também na cidade do Rio de Janeiro.
Após idas e vindas de viagens, casas, cidades, relacionamentos e buscas espirituais estou aqui na cidade em que nasci ao lado de quem eu saí: minha mamãe.
Eu sou fruto de idas e vindas dos meus pais e após eu mesma viver idas e vindas -iguais e diferentes- retorno ao ponto de origem. Na minha cidade e com minha mãe.
A vida é um grande looping até que possamos olhar para a origem deles com amor e consciência e escolher diferente.
Como escrevi no primeiro texto desse blog sobre os meus 33 anos e os anos anteriores eu estou num momento de balanço interno e escolhas conscientes.
Até os 31 anos eu vivi o que chamei aqui de "idas e vindas", aos 32 eu assentei e assimilei e agora aos 33 anos me sinto mais madura e presente após o furacão que foi a minha vida até 1 ano atrás.
Comecei a terapia com a psicóloga (contarei num outro texto essa aventura) há 2 semanas e na última sessão eu falei pra ela que me sinto diante de uma folha em branco.
É isso. Folha em branco. Eu tenho uma folha em branco na minha frente e do ponto em que estou eu posso escolher desenhar o que eu quiser, qualquer coisa.
Mas ainda não defini o que será.
E entendemos, eu e a psicóloga amorosa, que antes de projetar qualquer desenho na folha em branco eu preciso "resolver" esse nó que me faz "ir e vir" e que me trouxe ao ponto de origem de onde escrevo nesse segundo: mamãe.
E entendo que essa relação, a primeira de todas, o núcleo de tudo, me levou a terapia para me ajudar a integrar tudo que trabalhei internamente e que vivi até aqui.
Estou vivendo esse processo nesse exato momento. E escrevo para organizar e dar vazão a esse fluxo de vida que passa por mim e que chamo de Roberta.
Mamãe, a nossa primeira ruptura e nosso primeiro amor, que relação intrigante e complexa que dá origem aos nossos mais loucos movimentos na vida. Sem antes olhar pra ela "finalmente e definitivamente" não prosseguirei. Eu escolhi assim e hoje estou consciente dessa decisão a ponto de formar frases nesse texto sobre ela. A decisão.
Por ora é isso. Parece que comecei contando sobre a minha chegada nessa realidade e agora finalizo contando que após 33 anos retornei pra esse início. E quando eu compreender tudo estarei pronta para seguir desenhando livre e leve na minha amada e misteriosa folha em branco.
Escreverei sobre esses desenhos quando estiverem claros pra mim.
Enquanto não ficam eu vou aproveitando o dia a dia para me tornar um pouco mais consciente que o dia anterior e mais lúcida que nunca.
Obrigada Deus pela oportunidade de retornar e entender pra que eu possa desenhar na minha amada folha em branco concedida por você de uma forma consciente, madura e LIVRE.
De uma pintora em processo de aprendizado buscando escolher a vida que quer viver de forma mais pensada e presente e que pra isso está "numa pausa fechada pra balanço".
Com Amor,
Roberta



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